As lindas bolsas galegas que os estilistas adoram e varrem na Coreia do Sul

Eles dão um toque especial a qualquer look. Feitos à mão com cuidado, os sacos Heimat Atlântico combinam a estética da alcofa tradicional portuguesa com elementos tão galegos como os talismãs de Porcelana de Sargadelos ou o O Grove conchas“que as colareiras colecionam com o mesmo trabalho minucioso e mágico de há 200 anos”, destaca Montserrat Álvarez, fundador da empresa. Seus projetos se tornaram o objeto de desejo dos prescritores de estiloincluindo Lauren Santo Domingo.

“Saí da Galiza quando tinha 20 anos. Estudei História da Arte em Santiago, Roma e Paris. Morei em Nova York e agora estou em Genebra. Todos esses anos longe eu sempre senti saudade de casaa necessidade de comunicar a minha identidade local, daí o nome da minha empresa. Heimat é uma palavra alemãsem tradução exata em outros idiomas, que descreve o sensação de estar em casade pertencimento, não só geográfico, mas também mental”, confessa Montserrat Álvarez com o seu acentuado sotaque galego.

Criar uma marca de moda não estava nem remotamente nos seus planos mas, como diz o ditado: às vezes o que não se planeia é o que resulta melhor. “Tudo aconteceu intuitivamente. Em 2016 fiz uma sacola para mim e as pessoas me pararam na rua para me perguntar onde eu comprei”, explica.

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MONTSERRAT ÁLVAREZ, CRIADOR DA MARCA HEIMAT ÁTLANTICA

As suas malas, reconhecíveis à primeira vista pela sua cor e singularidade, são muito mais do que um simples acessório. “Com o projeto Heimat Atlântica buscamos inventar, mas também preservar o que é belotomando como ponto de partida as tradições e técnicas locais para uni-las às ideias contemporâneas e assim criar objetos que possuam a energia da evolução.”

Montserrat Álvarez, fundador da Heimat Atlántica
Montserrat Álvarez, fundador da Heimat Atlántica

São muitos os designers que lamentam a escassez de artesãos, temendo o pior: a extinção de certos ofícios por não encontrarem uma continuidade viável. Montserrat tenta ser mais otimista. “É preciso oferecer aos artesãos um projeto real que os motiva não só do ponto de vista económico (necessário para aumentar o valor do seu trabalho), mas também para que compreendam o impacto e a projeção que podem ser desenvolvidos como resultado do seu incrível trabalho”, salienta. referindo-se à Ásia, onde “o artesanato é considerado um tesouroprocuro fazer isso no nosso contexto.” Justamente boa parte de suas vendas vem da JJapão ou Coreia do Sul, onde na rua costumam pedir fotos que celebridade. Atravessando fronteiras, suas malas também deslumbram os nova-iorquinos e os franceses.

As malas artesanais da Heimat Atlántica, uma marca galega com muito charme.
As malas artesanais da Heimat Atlántica, uma marca galega com muito charme.

DE PONTEVEDRA À ÁSIA OU NOVA IORQUE, O SUCESSO DAS BOLSAS HEIMAT ATLÁNTICA

“Ele feito na Espanha está vivendo um momento de ourooferecemos qualidade, design e tradição. As pessoas estão cansadas da moda de massa. Ao comprar produtos artesanais espanhóis, você ganha peças únicas que o conectam a uma história. “Em Espanha temos muitos tesouros para oferecer!”, afirma o criativo galego.

Idoia Cuesta, eminência no mundo da cestaria, trabalha para grandes marcas como Loewe e também para Heimat Atlántica e também para Heimat Atlántica
Idoia Cuesta, referência no mundo da cestaria, trabalha para grandes marcas como Loewe e também para Heimat AtlánticaMaria Carreira
Na Heimat Atlántica, cada parte da bolsa ou joia é confeccionada por uma oficina especializada nessa técnica.
Na Heimat Atlántica, cada parte da bolsa ou joia é confeccionada por uma oficina especializada nessa técnica.Studio Raf

Quanto tempo leva para fazer uma de suas malas? “É um processo complexo, mas ao mesmo tempo fascinante, pois cada parte é feita por uma oficina especializada naquela técnica. É como uma coreografia em que cada passo é importante porque torna o resultado final perfeito. média de 36 horas na confecção de uma de nossas malas. O seu processo vai desde a recolha da cana nos campos de Portugal até ao momento em que a preparamos no nosso Oficina de Pontevedracosturamos os talismãs ou colocamos as flores”.

O GRAND TOUR, A COLEÇÃO DE PRAIA MAIS LEGAL

The Grand Tour, a coleção de praia Heimat Atlántica
The Grand Tour, a coleção de praia Heimat Atlántica

Esse temporada primavera-verão aos modelos icônicos da marca – como a bolsa Amor, com o qual tudo começou – novas criações se juntam. A grande novidade: uma coleção de praia chamada The Grand Tour que recria a tradição histórica do clássico Grand Tour, percurso percorrido por jovens aristocratas no século XIX. XVIII para descobrir a Europa colecionando souvenirs. “Fomos inspirados pela essência de viajar para destinos de férias, onde cada lugar visitado tem um valor único“. Nesta proposta, aos seus emblemáticos cestos de praia juntam-se toalhas coloridas e originais kaftans destinados a transformar quem o usa no mais chique do bar de praia.

HEIMAT ATLÁNTICA E ZARA HOME, A COLABORAÇÃO MAIS BONITA DA TEMPORADA

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Outro marco emocionante para Montserrat foi a colaboração com Zara Home criando uma coleção cápsula de castiçais; que também carregaríamos como bolsa. Arrasaram as vendas e, mais importante, “apoiaram-nos na nossa principal missão como marca: dar a conhecer e tornar visível o tradições e técnicas com as quais trabalhamos”.

Mónica Anoz com uma bolsa Heimat Atlántica.
Mónica Anoz com uma bolsa Heimat Atlántica.@heimatgirls

Quando questionado sobre o que acontecerá a seguir, ele responde: “vamos lançar um incrível coleção de roupas inspirado no traje regional galego.” E traça o seu objectivo: “ser um projecto de moda líder na forma de levar as nossas técnicas artesanais ao mundo contemporâneo”.

Jéssica Andrade

Jéssica Andrade

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